“Qual é a coisa mais assombrosa do mundo, Yudhisthira?” E Yudhisthira respondeu, “A coisa mais assombrosa do mundo é que, ao redor de nós, as pessoas podem estar morrendo e não percebemos que isso pode acontecer conosco”. Mahabharata
A conversa sobre a morte entre um médico e seu paciente nunca será um momento fácil. Não é raro que essa conversa nem sequer aconteça, mesmo que o paciente tenha uma doença muito grave.
Na verdade, a conversa sobre o que queremos ou não para o final da nossa vida deve acontecer primeiro entre os nossos familiares, em um momento em que não exista atividade nem progressão de doença. Deve acontecer no dia a dia, em um “papo cabeça”, num almoço de domingo…
Sabendo dessas diretrizes antecipadas, familiares, amigos, procuradores de saúde e médicos podem lhe oferecer um cuidado que respeite suas vontades numa eventual situação em que você padeça de alguma enfermidade manifestamente incurável, que cause sofrimento ou o torne incapaz para uma vida racional e autônoma.
Todas as suas vontades podem ser registradas em documento conhecido como testamento vital, o qual dispõe sobre cuidados em caso doença avançada ou perda de capacidade de decisão. Dieta artificial através de sonda, funeral, desejo de cremação, não realização de velório, entre outros aspectos que sejam importantes para você podem ser registrados no documento.
No Brasil, ainda não existe legislação específica sobre o tema e nenhuma determinação legal para formalização do testamento vital.
Para elaborar um documento desse tipo, é importante consultar um médico de sua confiança, para tirar dúvidas e listar aspectos relevantes. Embora não seja obrigatório, é possível também registrar o documento em cartório, para dar mais segurança jurídica, e armazená-lo em um banco de dados online confiável.